Disse, certa vez, o escritor mauriciano Malcolm Chazal, que "o homem está pronto para tudo desde que lhe seja dito com mistério." De fato, tendemos a ter mais interesse pelo que nos espanta, o que foge do comum e desafia nossa lógica ou coragem. Por isso as histórias misteriosas nos chamam tanto a atenção. Histórias como Tomai e Bebei, de Max Mallmann, publicada pela Aquário Editoral.
O conto fala sobre um padre de uma pacata cidade no meio do nada, que convive com a enfadonha rotina de pároco e seus constantes conflitos internos. No entanto, sua vida previsível acaba quando ele recebe uma visita inesperada que coincide com uma série de assassinatos macabros.
O padre, então, decide auxiliar nas investigações, arriscando a própria vida, enquanto tudo ao seu redor vai se tornando cada vez mais sombrio.
As ilustrações - feitas por Estevão Ribeiro - e a encadernação diferenciada simulam um Penny Dreadful (centavos de terror), nome dado aos folhetins de ficção e terror que eram vendidos a 1 centavo, na Inglaterra do século XIX, época em que a história ocorre.
Um genuíno penny dreadful. (Imagem: Quadrinheiros.com)
Penny Dreadful também é o nome de uma série de terror americana, produzida por John Logan e Sam Mendes e exibida no Brasil pela HBO de 2014 a 2016.
Imagem: Sapo.pt
Enfim, Tomai e Bebei é uma ficção histórica, bem elaborada, que nos remete perfeitamente à época e fatos narrados, com suspense na medida certa.
Sobre o autor Max Mallmann nasceu em 1968, em Porto Alegre, e se dedicou ao realismo fantástico, ficção científica e romance histórico. Iniciou sua carreira como roteirista de TV em 1998. Vindo a trabalhar na Rede Globo, foi um dos redatores das novelas Malhação e Coração de Estudante e desenvolveu episódios para as série Carga Pesada e A Grande Família. Escreveu os livros Mundo Bizarro (Mercado Aberto, 1989), Síndrome de Quimera (Rocco, 2000), Zigurate (Rocco, 2003), O Centésimo em Roma (Rocco, 2010) e As Mil Mortes de César (Rocco, 2014). O conto Tomai e Bebei foi escrito em 1997 e lançado pela Aquário Editorial em 2015. Max Mallmann faleceu por causa de um câncer, aos 48 anos, em 2016. Era casado com a escritora Adriana Lunardi.
Fontes: