As lendas falam de mitos, que são os personagens imaginários que compõem sua narrativa. No folclore brasileiro existem vários mitos, como o Saci, o Boitatá, a Cuca e a Mula-sem-cabeça. No entanto, algumas lendas não são muito conhecidas, como A Velha Pisadeira e o Corpo Seco.
O livro Quibungo, de Andréia Marques, editora Panóplia conta a história de dois meninos muito amigos, Bino e Beto, que participam da roda de capoeira do Mestre Ciço. Sendo que, em uma das noites de apresentação, mestre Ciço avisa, com pesar, que "sumiram" com o berimbau - o instrumento musical, primordial para uma roda de capoeira. Mestre Ciço então, fala de sua desconfiança, acreditando que o autor do furto seria Quibungo, uma criatura desmantelada, como ele mesmo afirma, que tem a boca nas costas e some com tudo que for do seu agrado, engolindo pra sempre.
Bino e Beto, corajosos, partem para reaver o berimbau e conhecer o tal monstro de que fala Mestre Ciço.
Quibungo é uma lenda do interior da Bahia e possui algumas variações. Uma das mais comuns é a que o retrata como uma criatura gigante com a boca nas costas, que vive na mata e vai pra cidade de vez em quando, tão somente pra aprontar.
As ilustrações de Ed Soares mesclam técnicas manuais e digitais e conseguem passar bem a atmosfera sombria da história.
Sobre a autora
Andreia Marques é filósofa, escritora, poetisa e designer. Publicou sete livros infantis e participou de diversas antologias poéticas. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1978, e foi na infância que se encantou por literatura e fantasia, escrevendo sua primeira história aos dez anos, através de uma atividade escolar. Mais tarde, vindo a trabalhar como designer, encontrou no mundo das imagens uma outra forma de contar histórias e começou a produzir literatura infantil.
Sobre o ilustrador
Ed Soares nasceu em 1971, no Rio de Janeiro, onde mora atualmente. Sempre gostou de desenhar. Quando criança, fazia suas próprias histórias em quadrinhos.
Trecho do livro “-Houve que nesta noite,
Durante a nadrugada,
Algum gaiato pulou
A janela lá de casa.
Sorrateiro, bem astuto,
Sem barulho, nem sinal...
E também sem compaixão,
Pois levou o berimbau!”
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